BH autoriza reabertura de bares, salões e academias a partir de quinta; escolas voltam dia 26

BH autoriza reabertura de bares, salões e academias a partir de quinta; escolas voltam dia 26
Alexandre Kalil em coletiva de 19 de abril de 2021. — Foto: TV Globo

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou nesta segunda-feira (19) a reabertura gradual do comércio da cidade. Academias, bares, restaurantes, parques e shoppings vão poder reabrir as portas a partir de quinta-feira (22). Missas e cultos presenciais também estão permitidos, desde que sigam os protocolos de saúde. (Veja abaixo o que pode funcionar a partir de quinta-feira)

O anúncio foi feito depois de três dias de reuniões a portas fechadas com o Comitê de Enfrentamento à Covid-19.

A decisão foi baseada na queda dos índices da ocupação de leitos de UTI e também de enfermaria. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), nesta segunda-feira (19), eles estão em 81,1% e 58,9%, respectivamente.

"O que esta reabertura vai provocar, nós não sabemos, mas pelo que tudo indica, pelos jovens que estão sendo atingidos, pela ameaça aos filhos, amigos, de 29, 28, 27 e 23 anos, não vamos brincar com essa pandemia", disse Kalil.

De acordo com ele, Belo Horizonte é a cidade com a menor taxa de mortalidade entre os municípios de grande porte do país, 149,5 entre 100 mil habitantes.

As escolas municipais de ensino infantil, para alunos entre 0 e 5 anos de idade, voltam a funcionar a partir do dia 26 de abril. A capital era a única da Região Sudeste do país sem aulas presenciais desde o início da pandemia.

A prefeitura assinou, na última semana, um contrato no valor de R$ 5.924.521,50 para a compra de uniformes escolares.

O extrato do contrato, assinado pela Secretaria Municipal de Educação (SMED) com a empresa Sonar Comercial LTDA e publicado no Diário Oficial do Município da última quinta-feira (15), prevê a aquisição e entrega de camisas, bermudas ou short-saias e jaquetas escolares.

O termo foi assinado no dia 13 de abril, com prazo até 31 de dezembro deste ano.

Na última semana, o Ministério Público de Minas Gerais recomendou ao prefeito Alexandre Kalil a elaboração de um protocolo completo para o retorno gradativo das aulas presenciais.

O órgão ainda deu 15 dias para que o prefeito indique todas as medidas administrativas adotadas em relação a políticas públicas para alunos e corpo docente da rede municipal, entre os anos de 2020 e 2021, especialmente as de inclusão digital e fornecimento de equipamentos eletrônicos.

Para a 25ª Promotoria de Justiça de Defesa da Educação de Belo Horizonte, há uma "ruptura drástica do direito à educação" na capital durante a pandemia, "com ausência de ensino remoto uniforme e ausência de ensino híbrido".

Indicadores melhoram, mas situação segue grave

Depois de mais de 40 dias de fechamento, BH já começa a ter um alívio nos indicadores de monitoramento da Covid-19. O número de transmissão por infectado, que chegou a 1,27 no dia 11 de março, no alerta amarelo, caiu para 0,90 nesta segunda-feira (19), último dado divulgado.

A taxa de ocupação de leitos de enfermaria, que também chegou ao alerta vermelho, está no alerta amarelo, com 58,9%.

A ocupação de leitos de UTI é que continua sendo o grande gargalo: o indicador segue em alerta vermelho, com 81,1% de ocupação. No mês passado, as unidades de terapia intensiva chegaram a registrar fila de espera.

Apesar de a prefeitura negar a fila, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais da capital mineira chegou a afirmar que havia 200 pacientes aguardando uma vaga em UTI no SUS, e que foram registradas mortes por falta de assistência adequada.

A prefeitura disse que, só em março, o número de leitos UTI Covid na rede pública subiu de 293 para 570.

Apesar da melhora dos indicadores, Carlos Starling, infectologista que integra o comitê, enfatiza que este ainda é o pior momento da pandemia. “O último mês foi um dos períodos mais críticos desta epidemia. A gente já sabia que março e abril seria barra pesadíssima”.

O ponto que pode ser decisivo para a reabertura ou não neste momento é a disponibilidade de insumos, avaliou Starling.

“O ponto crítico do momento é a disponibilidade de insumos. Se você tem um pouquinho de folga na UTI, não tem de insumos. Qualquer aumento que tiver é fatal para quem tiver que ir para o hospital. Aumentar ocupação é um risco”.

Veja o que pode funcionar a partir de quinta-feira:

  • Todo o comércio varejista "não essencial" - segunda a sábado, de 9h a 20h
  • Atividades autorizadas que estejam em funcionamento dentro de galerias de lojas e centros comerciais - segunda a sábado, de 9h a 20h
  • Atividades autorizadas que estejam em funcionamento dentro de shoppings - segunda a sábado, de 10h a 21h. OBS.: domingo, somente para retirada de produtos em drive-thru, sem restrição de horário
  • Restaurantes, cantinas, sorveterias, bares e similares, inclusive no interior de galerias e shoppings, e com consumo no interior - segunda a sábado
  • Padarias e lanchonetes, com consumo no local - todos os dias, de 5h a 22h
  • Atividades em drive-in - todos os dias, de 14h a 23h59
  • Academias e afins, inclusive dentro de galerias e shoppings - sem restrição de horário
  • Clubes de lazer - sem restrição de horário
  • Cabeleireiros, manicures e pedicures - sem restrição de horário
  • Atividades e clínicas de estética - sem restrição de horário
  • Museus, galerias de arte e exposições - sem restrição de horário
  • Cinemas, inclusive em shoppings - sem restrição de horário
  • Teatros públicos ou privados licenciados, com público sentado - horário licenciado
  • Feiras, exposições, congressos e seminários - horário licenciado
  • Feiras organizadas pela prefeitura, como as da Bernardo Monteiro e da Afonso Pena - nos horários de sempre
  • Comércio atacadista da cadeia de comércio varejista autorizada a funcionar, exceto atacadista de recicláveis - segunda a sábado, de 5h a 17h

Fonte: Thais Pimentel e Cristina Moreno de Castro, G1 Minas — Belo Horizonte