Tataraneta de policial que investigou Jack, o Estripador revela como seria o criminoso

Tataraneta de policial que investigou Jack, o Estripador revela como seria o criminoso

Há alguns meses, a galesa Sarah Bax Horton afirmou ter descoberto a identidade de “Jack, o Estripador”, notório criminoso que matou prostitutas no leste de Londres, no século 19. Nesta quinta-feira, a escritora — que é tataraneta do policial que responsável por investigar as mortes — publicou um livro no qual revela a identidade e fotografias que seriam de um dos maiores assassinos da história.

No livro, intitulado “One-Armed Jack: Uncovering the Real Jack the Ripper” — ou, em português, “Jack de um braço só: Descobrindo o verdadeiro Jack, o Estripador” —, Horton aponta para um ex-fabricante de charutos local, chamado Hyam Hyams, que corresponderia muito às descrições dadas por testemunhas oculares.

Ele também correspondia ao perfil que o investigador policial Robert Anderson, no século 19, havia estabelecido do possível assassino: Hyams tinha um braço rígido, um andar irregular e joelhos dobrados. Ele era conhecido por ser violento e morreu em um asilo psiquiátrico, segundo registros médicos que só foram tornados públicos há alguns anos.

Foto em close de Hyam Hyams, um ex-fabricante de charutos que a autora Sarah Bax Horton acredita ser a verdadeira identidade de 'Jack, o Estripador' em seu livro 'One-Armed Jack: Uncovering the Real Jack' o Estripador' — Foto: AFP

Jack matou pelo menos seis mulheres no bairro londrino de Whitechapel, em 1888, no que continua sendo um dos maiores casos judiciais não resolvidos no Reino Unido.

“Percebi não apenas que o caso poderia ser resolvido, mas que potencialmente eu mesma o tinha feito”, diz ela.

O caso de "Jack, o Estripador" fez florescer uma verdadeira indústria, com livros, exposições e visitas guiadas pelas ruas onde suas vítimas foram assassinadas. No entanto, para o guia turístico de Jack, o Estripador, Rob Cummings, que leva dezenas de visitantes curiosos aos locais dos assassinatos em caminhadas noturnas, diz que “se você identificá-lo, ele perde sua mística”.

Morto em 1913

Testemunhas da época descreveram o suspeito como um indivíduo na casa dos 30 anos, com um braço rígido e problemas no joelho. Bax Horton encontrou registros médicos mostrando que Hyams, que tinha 35 anos em 1888, havia sofrido uma lesão que o impedia de "dobrar ou endireitar" o braço esquerdo.

Os documentos, retirados de hospitais e asilos, indicam também que ele tinha um problema no joelho e que sofria de uma forma grave de epilepsia, com convulsões regulares. A autora também encontrou semelhanças entre sua altura e tez e as descrições das testemunhas.

Em setembro de 1889, o homem, falecido em 1913, foi internado definitivamente em um asilo. Bax Horton, cujo tataravô estava oficialmente investigando o caso, concluiu que o declínio físico e mental de Hyams, agravado pelo alcoolismo, o levou a cometer os assassinatos.

Anteriormente, ele havia atacado sua esposa e sua própria mãe com um cutelo. O nome de Hyams estava em uma “longa lista” de possíveis suspeitos, mas, segundo o autor, seu perfil como um possível “Jack, o Estripador” nunca havia sido totalmente explorado antes.

Segundo o Telegraph, Paul Begg, especialista no caso, apoia sua hipótese e descreve a investigação de Horton como um “livro bem pesquisado, bem escrito e muito necessário” para se ter uma ideia de quem foi o personagem que semeou o terror em Londres.

Em 2014, o empresário e autor Russell Edwards afirmou que o criminoso era Aaron Kosminski, um imigrante judeu que veio para o Reino Unido para trabalhar como barbeiro. Mas sua tese, baseada no DNA, foi refutada.

Fonte: O Globo e AFP