Mineiras perdem R$ 1,6 milhão em golpe sobre cotas de clubes no Rio de Janeiro; quadrilha foi presa

Mineiras perdem R$ 1,6 milhão em golpe sobre cotas de clubes no Rio de Janeiro; quadrilha foi presa
Golpistas simularam várias taxas e induziram vítimas a depositar valores em contas bancárias — Foto: Reprodução / TV Globo

Dona Elvira mostra as cotas de um clube no Rio de Janeiro, pagas nos anos 90. Ela conta que, no final de 2017, um homem telefonou interessado em comprar todas. A aposentada topou. A partir daí, ele pediu dinheiro para um registro em cartório. Mas tudo não passava de um golpe.

“A gente ia depositando e aí pediam: faltam tantos, faltam R$ 4 mil para refazer o registro das outras cotas. Pagar taxa disso, daquilo. E ia inventando taxa”, conta.

A quadrilha do Rio de Janeiro aplicou golpes em Minas e em outros estados do Brasil, comprando e vendendo ações e cotas de clubes, quase todos fechados. Principalmente para idosos.

A polícia afirma que os criminosos tinham acesso aos cadastros dos clubes para encontrar as vitimas. Em todos os casos, eles usavam o pretexto de fazer registros em cartórios, pagamentos de impostos e seguros. Ao longo de meses e, até anos, eles conseguiram tirar grandes valores delas.

A maioria dos clubes de viagem não existe mais, mas a quadrilha botou no ar páginas falsas. Dona Elvira mostra os recibos de pagamentos feitos por cinco meses. Ela perdeu R$ 600 mil e a irmã dela R$ 1 milhão.

“Era telefonema, em cima de telefone, para mim, para ela. E a gente não tinha sossego nem mais para comer. [O golpista] prometeu de volta que eu ia receber, R$ 3 milhões das cotas, porque as minhas cotas eram internacionais”, relatou.

Nesta sexta-feira (14), a polícia realizou uma operação para cumprir 27 mandados de prisão e de busca e apreensão no Rio de Janeiro. Os suspeitos aplicavam o golpe ligando para as vítimas.

Numa das gravações feitas com autorização da justiça, uma das golpistas, Daniele Souza da Silveira, que foi presa nesta sexta, se passa por uma auditora do Banco Central. Ela diz que a apólice do seguro não foi feita e que a vítima tinha que depositar cerca de R$ 24 mil para poder receber a quantia.

Em outra gravação, feita na quinta-feira (13), Arthur Scofano de Araújo Rodrigues, um dos chefes da quadrilha, que também foi preso, comemora um golpe que tinha acabado de dar.

“Meu outro cliente acabou de pagar R$ 71 mil, pô! Vou viajar, quebrar meu telefone e jogar fora!”
Os presos podem responder por estelionato e associação criminosa.

Fonte: MG2 — Belo Horizonte