Lázaro Ramos cita ciúmes ao dirigir Taís Araujo em cenas românticas: Desespero quando erra

Lázaro Ramos cita ciúmes ao dirigir Taís Araujo em cenas românticas: Desespero quando erra
Taís Araujo e Lázaro Ramos no Roda Viva (Foto: Reprodução/TV Cultura)

O ator e diretor Lázaro Ramos esteve no centro do programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (11), e falou sobre como foi dirigir a própria mulher, a atriz Taís Araujo, nas cenas românticas do longa Medida Provisória, que estreia em todo o Brasil na quinta-feira (14).

"Fiquei morto de ciúmes. Fiquei, mesmo. Geralmente eu não tenho, não sei o que aconteceu, mas eu estava muito envolvido no filme", disse ele, com direito à reação em tempo real de Tais, que acompanhou a entrevista na bancada do programa.

"Mas é estranho, é esquisito. 'Beija mais, repete'. Dá desespero quando erra a cena [risos]. Tive que aprender, conversei [com ela], ó que mico!", disse ele, bem-humorado. Na trama, Taís interpreta a médica Capitu, mulher do advogado Antônio (papel de Alfred Enoch).

Medidas Provisória é um filme que mostra um futuro distópico no qual o governo brasileiro decreta uma MP como forma de "reparação pelo passado escravocrata", que obriga os cidadãos negros a migrarem para a África na intenção de retornar a suas origens.

Lázaro falou que o intuito do filme mudou ao longos dos anos de sua produção até chegar à atual situação sociopolítica brasileira. "Era um filme pra pensar em coisas que não gostaríamos de ver em nosso país, que se tornasse um alerta. O tempo passou, várias coisas aconteceram e o filme se tornou um espelho, com os caminhos políticos que a gente escolheu, as perversidades que aconteceram ao longo do tempo. É muito triste: eu não queria fazer um filme que fosse um espelho, mas que fosse um alerta", explicou ele.

"Acho que a gente está na distopia, a gente vive na distopia. Sou surpreendido todos os dias. Nunca achei que a gente fosse viver onde há perversidade na política pública, onde governantes, que deveriam ser líderes, se tornam pessoas que incitam ódio e desrespeito", completou.

Lázaro também falou sobre a cruzada de aliados do presidente Jair Bolsonaro, como o ex-secretário de Cultura Mário Frias e do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo,  contra o casal. Os ataques vieram depois de Taís ter dito "que os últimos quatro anos [de governo Bolsonaro] não foram só difíceis, foram infernais, em que a gente andou pra trás a galope".

"Isso é campanha política que estão fazendo em cima de nós, que temos relevância, temos público, tirando foco dos problemas do governo. É uma cortina de fumaça", disparou Lázaro, que ainda foi questionado sobre as similaridades enfrentadas também pelo amigo Wagner Moura, diretor de Marighella, filme que foi adiado diversas vezes por desagradar ao governo Bolsonaro.

"O filme está pronto desde 2019, em 2020 nós estrearíamos e mesmo assim não conseguimos a assinatura da Ancine [Agência Nacional do Cinema] pra trocar a distribuidora [que distribuiria o longa no Brasil e no exterior]. Um membro do governo puxou boicote ao filme, sem ter assistido, dizendo que o filme foi feito para falar mal do tal Messias [o presidente Jair Messias Bolsonaro]. Depois disso, a assinatura não vinha, depois de solicitações recorrentes. A assinatura chegou depois de a gente adiar quatro vezes", explicou Lázaro. 

"A imprensa começou a falar em censura através da burocracia. Em uma sexta, 18h30 da tarde, no Festival do Rio, a assinatura chegou, somente depois que isso foi noticiado. Talvez pelo medo de acontecer o que aconteceu com Marighella, de Wagner, que quando a notícia da censura chegou, acabou divulgando mais o filme e foi muito bem-sucedido nos cinemas."

Fonte: Quem News/Globo.com