Vazamento de galeria de esgoto causou cratera na obra do Metrô, na Marginal Tietê, diz secretário

Vazamento de galeria de esgoto causou cratera na obra do Metrô, na Marginal Tietê, diz secretário
Erosão da cratera da obra do Metrô aumenta na Marginal Tietê — Foto: Reprodução TV Globo

O secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Paulo José Galli, afirmou nesta terça-feira (1º) que o rompimento na galeria de esgoto que passa no sentido transversal ao túnel da obra da Linha 6-Laranja do Metrô abriu a cratera na Marginal Tietê.

"Houve um rompimento da galeria de esgoto que passa no sentido transversal ao túnel. Houve um inicio de vazamento às 8h21, os empregados foram todos removidos rapidamente, e o que começou de uma maneira leve acabou rompendo. O solo não suportou o peso da galeria e acabou rompendo. A toneladora [tatuzão] passava a três metros abaixo da galeria, não foi um choque da toneladora com a galeria", disse.

Ainda não se sabe o que causou o vazamento. O governo investiga as causas.

Inicialmente, o Corpo de Bombeiros informou que um "tatuzão" havia rompido uma adutora, que alagou a galeria. No entanto, o secretário afirma que o equipamento passava três metros abaixo da galeria e não houve choque com a adutora. "Mas de alguma maneira houve o rompimento e esse problema tem que ser investigado", disse Galli.

"Estamos providenciando uma auditoria para identificar exatamente o que ocorreu e os responsáveis para que a gente adote as medidas cabíveis", afirmou o secretário.
O secretário disse ainda que num primeiro momento "não há riscos" para os imóveis do entorno, mas que será feita uma análise.

Paulo José afirmou que o objetivo será reabrir a Marginal Tietê. "Essa galeria precisa ser reconstruída e a marginal precisa retomar. Toda a equipe da engenharia da Sabesp já está aqui. Já parou de chegar esgoto [na galeria], e está estável".

Segundo a Sabesp, por meio de nota, a tubulação, chamada Interceptor de Esgotos (ITI-7), é responsável por encaminhar o esgoto coletado para tratamento na ETE Barueri. Técnicos da Companhia trabalham no momento para desviar o esgoto para outros interceptores.

Desabamento da obra

O desmoronamento ocorreu antes da Ponte do Piqueri, no sentido Ayrton Senna. Segundo o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado (DAEE), não foi constatado danos ao leito do Rio Tietê.

O Corpo de Bombeiros informou que todos os trabalhadores conseguiram sair, e os dois que tiveram contato com a água contaminada foram socorridos pelos bombeiros por precaução.

A linha 6-laranja está sendo construída pela concessionária espanhola Acciona, em uma Parceria-Público-Privada (PPP).

A Marginal Tietê é composta por um conjunto de avenidas que margeiam o Rio Tietê e é a principal via expressa de São Paulo. Ela interliga as regiões Oeste, Norte, Central e Leste da cidade. A via também se conecta diretamente às rodovias Castelo Branco, Anhanguera, Bandeirantes, Presidente Dutra, Fernão Dias e Ayrton Senna e ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

Há registro de congestionamento nas rodovias e todas as linhas do Metrô funcionam normalmente.

Equipe técnica da Congás averiguou o local e não identificou dano na rede. O abastecimento de gás natural na região não foi impactado.

Acidente em 2007

Não é a primeira vez que um acidente de graves proporções atinge uma obra do metrô. Em 2007, um desmoronamento no canteiro de obras da Linha-4 Amarela provocou a abertura de uma cratera de 80 metros de diâmetro às margens da Marginal Pinheiros, na Zona Oeste da Capital.

O acidente ocorreu no local onde estava sendo construída a Estação Pinheiros. Sete pessoas foram soterradas no desabamento: o motorista de um caminhão que trabalhava na construção do Metrô, o motorista e o cobrador de um micro-ônibus engolido pela cratera, dois passageiros do coletivo e dois pedestres que passavam pelo local.

Os corpos das sete vítimas foram retirados dos escombros nos dias posteriores ao acidente.

Fonte:  SP1 e G1 SP