SP decide atrasar conclusão da entrega de CoronaVac para o governo Bolsonaro

Doses devem ser repassadas ao Ministério da Saúde até o fim de setembro, como prevê contrato, e não mais no fim de agosto, como Doria havia prometido

SP decide atrasar conclusão da entrega de CoronaVac para o governo Bolsonaro
Homem recebe vacina da CoronaVac na Antel Arena, em Montevidéu Foto: PABLO PORCIUNCULA / AFP/29-3-21

SÃO PAULO — O governo de São Paulo não finalizará a entrega de doses da CoronaVac para o Ministério da Saúde até esta terça-feira (31), conforme prometido pelo governador João Doria (PSDB). Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, a conclusão do envio do imunizante será reprogramada depois que o governo federal excluiu a vacina produzida pelo instituto paulista do bloco de imunizantes que serão usados na terceira rodada de vacinação do país.

Agora, as doses de CoronaVac que ainda faltam devem chegar até o fim de setembro, como prevê o contrato entre o Instituto Butantan e o Ministério da Saúde. Desde fevereiro, Doria vinha prometendo antecipar em um mês o cronograma.

— Não entregaremos as 54 milhões de doses até amanhã. Estamos reprogramando as entregas em virtude da manifestação do Ministério da Saúde que excluiu a vacina para a terceira dose. Temos outros contratos a serem atendidos, outros estados, outros países. Temos nesse momento 13 milhões de doses em processamento, mas vamos fazer essa reprogramação diante dessas novas realidades —  disse Covas. — As 100 milhões de doses serão entregues antes do final de setembro, o mais rápido possível, mas dentro dessa nova realidade, porque o MS tem a cada dia dado notícias no sentido de descaracterizar, descredenciar a vacina, então vamos repensar o cronograma.

O Ministério anunciou na quarta-feira (25) a aplicação de uma dose de reforço da vacina a partir de 15 de setembro em idosos acima de 70 anos e imunossuprimidos, além da redução de intervalo entre doses da Pfizer e Astrazeneca de 12 para 8 semanas.

Segundo o ministro da Saúde Marcelo Queiroga, a terceira dose deve acontecer preferencialmente com a aplicação da Pfizer, imunizante com o maior volume de doses contratadas pelo Ministério. O país deve receber 100 milhões de doses da vacina até o final do ano, segundo o ministro.

Nesta segunda-feira (30), o Butantan entregou ao Ministério da Saúde um lote de 10 milhões de doses, elevando para 92,8 milhões o volume total de imunizantes enviados ao Plano Nacional de Imunização (PNI). O contrato prevê a entrega de 100 milhões de doses até o final de setembro. Em fevereiro, Doria anunciou que as 54 milhões de doses que faltavam para completar o contrato seriam entregues até o final de agosto.

Em pronunciamento do governo nesta manhã, Dimas Covas disse ainda que, nessa semana, uma nova liberação ao PNI deve ser anunciada no mesmo dia em que novas doses serão liberadas aos estados que mantêm contratos diretos com o Butatan, como o Ceará.

Fonte:  Suzana Correa/O Globo