Polícia liberta sergipana que era mantida em cárcere privado em GO
Uma ação integrada das Polícias Civis de Sergipe e Goiás libertou nesta quarta-feira, 29, uma mulher sergipana, de 52 anos, que era mantida em cárcere privado e sob violência doméstica em uma propriedade rural localizada na cidade de Doverlândia (GO), distante cerca de 400 km da capital Goiânia. A ação da Polícia Civil de GO foi realizada a partir de informações repassadas pela polícia sergipana.
O companheiro da vítima foi preso em flagrante por diversos crimes e uma escopeta calibre 12 apreendida.
A informação é que a vítima e o suspeito se conheceram pela internet e passaram a manter um relacionamento amoroso à distância. O rapaz começou a mandar presentes para a vítima, mas o relacionamento não contava com aprovação dos filhos da mulher, que então decidiu fugir para viver com o agressor.
Segundo as investigações, o autor, de 32 anos, após iniciar um breve relacionamento virtual com a vítima, a convidou para juntos morarem na zonal rural da pequena cidade do interior de Goiás, iniciando assim um relacionamento amoroso que já durava cerca de um mês.
Conforme relatos da vítima, em poucos dias após a mudança e convivência com o autor, ele iniciou uma série de agressões físicas e verbais, além de um controle e vigilância excessiva, chegando ao extremo de determinar que a vítima somente usasse o banheiro com a porta aberta.
As diligências também identificaram que homem monitorava as ligações e mensagens telefônicas da mulher, que eram acompanhadas pessoalmente, sobretudo quando eram direcionadas para familiares do Estado de Sergipe.
Ainda conforme a apuração policial, no sentido de causar intimidação, o autor mantinha no interior da residência que ambos ocupavam na fazenda, uma arma de pressão, aparentemente adulterada para utilização de munição de calibre 22.
A investigação
O caso chegou ao conhecimento da Polícia Civil de Sergipe, após o filho da vítima procurar a Delegacia-Geral em Aracaju e informar que a mãe, natural de Neópolis, estava em Goiás, sendo mantida em cárcere privado e vinha sofrendo agressões constantemente por parte do companheiro. Um boletim de ocorrência foi feito para começar de imediato as investigações.
O escrivão Marco Antônio colheu o depoimento do rapaz e verificou que o endereço onde a vítima estava era incompleto e que a identificação civil do companheiro dela também era deficitária, já que o denunciante não sabia precisar com exatidão. A partir de um trabalho técnico, a propriedade rural foi encontrada e o suspeito identificado.
“Colhemos as informações com o filho e uma irmã da vítima, onde levantamos todas as informações necessárias para identificação do autor e sua localização”, detalhou o escrivão.
Com as informações em mãos, o delegado-geral Thiago Leandro acionou o seu colega delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, solicitando apoio para localizar a mulher e prender o agressor. De imediato, a polícia goiana passou a atuar conjuntamente no caso, realizando diligência até a fazenda citada na denúncia.
No local, a sergipana foi encontrada e o crime de cárcere foi confirmado. A mulher apresentava vários hematomas no corpo. O suspeito, identificado como Carlos dos Santos, também foi encontrado na propriedade rural, detido em flagrante e conduzido à delegacia da região.
Entenda o caso
A vítima conheceu o agressor, que também é de Neópolis, numa rede social e, após certo tempo de relacionamento, decidiu morar com ele em Goiás. A partir de então, o contato com a família diminuiu, já que o autor monitorava o uso do celular por parte da mulher.
Esta semana, a sergipana, aproveitando a distração do companheiro, conseguiu contato com a família, e relatou que estava em cárcere privado e sofrendo diversas agressões, conforme narrou o filho da vítima, Luiz Reis.
“Ela conheceu um rapaz na internet, mas é natural da região de Neópolis. De início, era um namoro à distância, mas que foi se intensificando. Ele demonstrava um comportamento de excesso de ciúmes e isso foi se agravando. Ela conseguiu fazer uma ligação e a partir daí decidi procurar ajuda aqui na Polícia Civil de Sergipe. Minha mãe estava em cárcere privado e estava sendo bastante agredida. Agora, estamos tranquilos, sabendo que ela foi libertada”, contou Luiz Reis.
Fonte: Com informações da Polícia Civil de Goiás