O que querem os artistas sertanejos que se reuniram com Bolsonaro, sem máscara, em uma churrascaria

O que querem os artistas sertanejos que se reuniram com Bolsonaro, sem máscara, em uma churrascaria
Diego e Arnaldo com Jair Bolsonaro — Foto: Reprodução/Instagram

Nesta quarta-feira (27), cerca de cinquenta profissionais do setor do entretenimento, principalmente do mercado sertanejo, se reuniram com o presidente Jair Bolsonaro e alguns ministros para pedir um posicionamento sobre o setor, que sofre a crise financeira gerada pela pandemia de coronavírus.

O encontro entre a classe e Bolsonaro aconteceu em uma churrascaria em Brasília, e durou cerca de uma hora e meia.

Parado desde março, o setor pleiteia uma linha de crédito e organiza mais propostas que serão apresentadas em uma próxima reunião a Gilson Machado, ministro do Turismo, e a Mário Frias, secretário de Cultura.

Entre os artistas presentes estavam Sorocaba (da dupla com Fernando), Rick (da dupla com Renner), os cantores Amado Batista e Naiara Azevedo e a dupla Diego e Arnaldo.

Sorocaba foi o porta-voz do setor e conversou com o G1 nesta quinta-feira (28) assim que desembarcou no aeroporto após retorno do encontro.

Nas imagens divulgadas nas redes sociais, os participantes aparecem sem máscara, mesmo em momentos em que não estão comendo. Segundo a Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística, do Governo do Distrito Federal, a máscara só pode ser retirada quando a pessoa estiver bebendo ou comendo.

Questionado via assessoria sobre o motivo de nenhum participante estar usando máscara durante o encontro, o cantor não deu retorno até a última atualização deste texto.

"Foi uma movimentação apartidária, um movimento em que a gente foi reivindicar junto a quem está governando benefícios para o setor, com uma retomada justa e correta quando puder voltar. E a gente sabe que vai precisar esperar pelo menos parte da população ser vacinada. Fomos buscar linha de créditos. Linha de crédito não pro Gusttavo Lima, não é para os pesados. É para quem não tem gordura para queimar. Para quem não tem saída", diz Sorocaba.

"O segmento engloba milhões de pessoas, desde a senhorinha do camarim até a comunidade circense", completa o cantor.

"Enquanto tinha auxílio emergencial, boa parte do setor estava tocando a vida, mas agora estão passando necessidades. A ponto de a gente receber ligação de pessoas do segmento passando fome."

Sorocaba explicou que durante a reunião informal não foi definida a aprovação de nenhuma proposta. "A gente só levantou os posicionamentos para posteriormente começar um bate-papo com o ministério e tudo mais. Eles se mostraram muito solícitos com a causa do entretenimento", explica o sertanejo.

Entre alguns pontos levados ao governo no evento estão:

  • Busca de linha de crédito para o setor. "A gente não quer dinheiro dado nem voltar a fazer show agora, mas o setor precisa de crédito. Principalmente aqueles que mantiveram seus funcionários."
  • "E a gente gostaria que as prefeituras se movimentassem, quando voltar a fazer shows, para contratar artistas regionais, municipais e nacionais, em aniversários de cidades. A prefeitura de tal cidade tem uma verba, que tenha um teto, para gastar com um artista nacional, alguns artistas regionais e muitos artistas do município", diz Sorocaba.

"A gente não foi reivindicar pra voltar a fazer show. Não podemos fazer shows? Tudo bem. O setor mais atacado foi o setor do entretenimento? Maravilha, tudo bem. Só que a gente tem que ter subsídio, como o setor agrícola tem quando vai mal, como a mineração tem quando vai mal."

"Não estou nem falando de artistas grandes. A gente foi lá defender as outras pessoas. Cara da equipe, o cara de baixo, o iluminador, técnico, roadie, os artistas que não conseguiram segurar a barra e mandaram centenas de pessoas embora", explica o sertanejo.

Fonte:   Marília Neves e Rodrigo Ortega, G1