Mulher com suspeita de infarto morre minutos após receber alta da UPA Oeste em Ribeirão Preto, SP

Mulher com suspeita de infarto morre minutos após receber alta da UPA Oeste em Ribeirão Preto, SP
Patrícia Bernardini Botaro se desespera com a morte da mãe, Hélia Maria Bernardini, em Ribeirão Preto, SP — Foto: Reprodução/EPTV

A família de uma mulher de 59 anos acusa a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Oeste, no bairro Sumarezinho em Ribeirão Preto (SP), de negligência médica. A diarista Hélia Maria Bernardini deu entrada no posto na noite de segunda-feira (9) com dores no peito, deveria ter sido transferida para um hospital porque tinha sintomas de princípio de infarto, mas recebeu alta e morreu a caminho de casa, afirmam as filhas.

“Para mim, foi negligência, porque não poderiam ter dado alta para a minha mãe menos de 24 horas depois dela ter tido um começo de infarto”, diz a filha Patrícia Bernardini Botaro.

Procurada, a Secretaria Municipal da Saúde lamentou a morte da moradora e informou que só vai comentar o caso após investigar a atendimento prestado à paciente.

Atendimento

Segundo a família, Hélia começou a passar mal na noite de segunda-feira, com queixas de dores no peito e nas costas. A diarista tinha fibromialgia e era hipertensa. Após sentir-se mal, ela foi levada até a UPA Oeste, onde passou por exames de eletrocardiograma e raio-X.

Apesar de os resultados não terem apontado alteração no coração, o médico que a atendeu suspeitou de um princípio de infarto e informou à família que ela tinha que ser internada. Segundo as filhas, o pedido para a vaga foi feito e Hélia passou a madrugada de terça-feira (10) em observação, aguardando a regulação.

De acordo com Patrícia, por volta das 15h de terça-feira, a família recebeu um telefonema da UPA, pedindo para que um parente comparecesse à unidade.

“Segundo os médicos, apesar de não ter todos os sintomas característicos porque não teve o formigamento do braço, foi um princípio de infarto. Mas, quando a minha irmã chegou lá, ela estava na cadeira de rodas. Deram os papéis para ela e mandaram vir embora.”

Morte a caminho de casa

Mãe e filha chamaram um carro de aplicativo para voltar para casa. Quando passavam pela Avenida Capitão Salomão, Hélia começou a passar mal no veículo. Com receio de não ter tempo de ajudar a passageira, a motorista decidiu seguir até a unidade do Corpo de Bombeiros, que estava mais próxima, para buscar socorro.

“Os bombeiros colocaram ela numa maca no chão, tentaram reanimar com adrenalina de tudo quanto é jeito por mais de 40 minutos. Ela até chegou a voltar, segundo minha irmã, respirou e foi embora”, diz Patrícia.

Hélia não resistiu e o óbito foi constatado pelos médicos do resgate na unidade do Corpo de Bombeiros. Ela faria 60 anos em junho.

Nesta quarta-feira (11), o corpo da diarista ainda não havia sido liberado, por isso ainda não há uma certidão com a causa oficial da morte.

A filha acredita que se a mãe tivesse passado mais tempo em observação ou tivesse sido encaminhada para a internação, poderia estar viva. “Agora eu me pergunto: ‘como eu vou viver sem minha mãe?’”, diz Patrícia.

Fonte:G1