Máquina de radioterapia está sem funcionar, denuncia Sheila Galba

Máquina de radioterapia está sem funcionar, denuncia Sheila Galba
A máquina mais nova da radioterapia está sem funcionar desde semana passada (Foto: Flávia Pachesco/SES)

Uma das duas máquinas de radioterapia do Hospital de Urgência de Sergipe Govenador João Alves Filho (Huse) está sem funcionar desde a semana passada. De acordo com a vereadora Sheila Galba (Cidadania), o que ocasionou essa situação é a falta de manutenção preventiva e de planejamento por parte da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Ela explica que em 2015, quando enfrentou o tratamento contra um câncer, a única máquina de radioterapia do Huse quebrava sempre. “Não tinha manutenção. Depois de muita luta conseguimos a manutenção e a máquina parou de quebrar. A máquina nova não era para parar de funcionar, mas parou por falta de manutenção preventiva. E é isso que vamos cobrar dos gestores, manutenção preventiva nas máquinas de radioterapia dos Hospital João Alves Filho. O câncer não espera”, ressalta.

Além da suspensão no tratamento de radioterapia, a parlamentar afirma que desde fevereiro pacientes oncológicos estão sem fazer tratamento de quimioterapia no Huse pela falta de cinco medicações. “Os pacientes oncológicos estão sem fazer quimioterapia por falta dos medicamentos dacabazina, bleomicina, tritenoina, purinetol e cicloscofomida. Como se não bastasse esses pacientes sem tratamento, agora a máquina nova da radioterapia está quebrada”, lamenta.

De acordo com a parlamentar falta planejamento por parte da Secretaria de Estado da Saúde, e os pacientes oncológicos estão sendo penalizados. “Primeiro tivemos a informação que faltava insumos e dificuldade de transporte por conta da pandemia. Em março nos informaram que foi criada uma força tarefa, mas a licitação foi deserta. Um paciente de Itabaiana comprou a medicação do próprio bolso, caríssima, e em dois dias foi entregue pelos Correios na casa dele, então não falta insumo e nem transporte”, aponta.

Sheyla conta que está estudando com sua assessoria jurídica a possibilidade de ingressar com uma ação direta para garantir o tratamento dos pacientes oncológicos. “Em março levamos o caso da falta de medicações ao Ministério Público, nossa denuncia foi anexado a outros casos. Vamos buscar o Tribunal de Contas, porque sentimos falta de transparência, afinal, ninguém sabe quantos pacientes estão com o tratamento interrompido, e também estamos estudando entrar com uma ação direta para garantir o direito desses pacientes de lutar pela vida com um tratamento digno. Câncer tem cura, agora precisa ser tratado”, enfatiza.

MPE

No dia 13 de abril aconteceu uma audiência virtual entre a Promotoria da Saúde e SES sobre a falta das cinco medicações. Na audiência foi informado pela SES que a Tritenoína já estava com o abastecimento regularizado. Em relação aos medicamentos Dacarbazina e Mercaptopurina, a secretaria disse que estava finalizando os trâmites junto às empresas fornecedoras. Sobre a Ciclofosfamida (comprimidos), a SES informou que o medicamento estava inserido no Pregão nº 42 e que restava apenas uma avaliação técnica e de análise dos parâmetros de preço para finalização do processo de compra.

Por fim, a SES informou que em relação a Bleomicina, não houve êxito nas licitações realizadas e que estudava a possibilidade de adotar medidas judiciais para agilizar a aquisição deste medicamento.

Foi dado prazo de cinco dias para a SES informar ao MPE sobre a regularização no abastecimento das medicações que estavam em processo de compra e quais as medidas adotadas para garantir a aquisição dos outros medicamentos.

O MPE informou que o medicamento Tritenoina foi regularizado. Já em relação aos demais, sem detalhar quais, a informação repassada pelo MPE é que alguns terão o abastecimento regularizado entre os meses de junho e julho. Também foi informado que alguns laboratórios estão atrasando a entrega das medicações, fato confirmado pelos próprios laboratórios.

Fonte: Karla Pinheiro/Infonet