Estado de SP muda currículo do ensino médio e tenta conter evasão escolar após pandemia

Estado de SP muda currículo do ensino médio e tenta conter evasão escolar após pandemia
Estudante da rede estadual de São Paulo realiza prova em foto de 2018 — Foto: Divulgação/Governo de SP

O estado de São Paulo vai mudar o currículo do Ensino Médio a partir de 2021. A alteração começará pela primeira série e seguirá de forma progressiva: em 2022 para a segunda série, e 2023 para a terceira.

O estado é o primeiro do país a elaborar a mudança curricular determinada pela lei do novo ensino médio, sancionada pelo governo Temer em 2017.

"O estado de São Paulo saiu na frente ao elaborar a mudança curricular determinada pela lei do novo ensino médio. O novo currículo do ensino médio de São Paulo terá 12 opções de curso que permitirá aos alunos a escolha da disciplina ou das disciplinas com as quais eles mais se identificam. O objetivo é criar uma escola que dialogue com a realidade atual da juventude, que se adapte as necessidades dos estudantes e os prepare para viver em sociedade e enfrentar os desafios de um mercado de trabalho dinâmico", disse o governador João Doria (PSDB) em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (3).

A proposta, aprovada pelo Conselho Estadual de Educação, tenta atrair estudantes após um ano letivo marcado pela pandemia. O documento será assinado pelo secretario de Educação, Rossieli Soares, nesta segunda-feira (3). Para elaborar o currículo, foram ouvidos 140 mil estudantes e 18 mil professores.


De acordo com a pasta, a proposta curricular foi discutida ainda em seis seminários online com participação de 70 mil profissionais da rede e por meio de uma consulta pública com 98.856 participantes e 397.636 contribuições ao documento entre os dias 19 de março e 8 de maio de 2020.

Ainda, segundo a Secretaria Estadual de Educação, a mudança será fundamental para atrair e manter os jovens na escola e tentar conter o aumento da evasão escolar após a crise provocada pelo coronavírus.

O novo currículo segue a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio e vale para escolas públicas e particulares.

Dentre as mudanças, os alunos poderão escolher até duas áreas de conhecimento para aprofundar seus estudos, entre linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas.

A secretaria estadual de educação ressalta que os componentes básicos do currículo estão mantidos e que a escolha dos alunos será feita com relação as matérias em que os estudantes desejam se aprofundar.

"Todos os componentes curriculares estão mantidos, todos eles são importantes, não existe uma hierarquia entre um e outro, isso é muito importante no currículo na formação geral básica. Eles terão a oportunidade, todos os componentes estarão também nos aprofundamentos dos itinerários formativos. O ingressante no ano de 2021 já poderá começar a escolher, lembrem-se a partir da disciplina de projeto de vida dos seus sonhos, do que ele deseja, como a escola poderá apoiá-lo", disse o secretário de Educação Rossieli Soares.

Os estudantes também vão poder optar pela formação técnica ou profissional. Cada escola deverá oferecer pelo menos duas opções de aulas especiais.

"Então, nós teremos a formação geral de 1.800 horas e de 1.350. Lembrando que a nova lei do Ensino Médio fala de 3 mil horas, estado de São Paulo já terá mais horas do que a própria lei nova prevê. Nós teremos 150 horas a mais o que é uma novidade também importante e que São Paulo sai na frente", disse o secretário Rossieli Soares.

Fonte: Bom Dia SP e G1 SP — São Paulo