Conheça os perigos do ‘desafio do desodorante’, que pode levar à morte

Conheça os perigos do ‘desafio do desodorante’, que pode levar à morte

O chamado ‘desafio do desodorante’, que matou um menino de 12 anos em Aracaju, circula nas internet há pelo menos quatro anos e continua fazendo vítimas. O arriscado jogo, segundo vídeo  publicado em 2016, consiste em inalar a substância em aerosol e manter a boca fechada pelo máximo de tempo. O garoto, que já tinha feito o procedimento outras duas vezes, desmaiou trancado no banheiro sem que houvesse tempo de ser socorrido. 

A maioria dos desodorantes é fabricada com substâncias químicas antissépticas, que reduzem odores, incluindo o ácido clorídrico, por isso há riscos. “Qualquer inalante com compostos químicos pode deflagrar reações, levando a quadros graves como parada cardíaca e até óbito”, explicou em entrevista à Veja Fernando Ganem, pediatra e superintendente do Pronto Atendimento Infantil do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo.

A substância inalada é enviada aos pulmões, órgãos extremamente vascularizados, cai rapidamente na corrente sanguínea e chega ao coração, provocando arritmia cardíaca. O coração deixa de bombear corretamente sangue para o corpo e acaba perdendo totalmente a função em pouco tempo. Além disso, a pessoa pode sofrer uma reação alérgica, como edema de glote - a garganta "fecha", comprometendo a entrada de ar e causando asfixia.

Em busca rápida no YouTube, dezenas de vídeos, a maioria gravada por crianças, tratam do "desafio do aerossol". É possível até encontrar publicações com audiência alta, como uma de abril de 2016, com 63 mil visualizações. Além do desafio de inalar desodorante, há também outras "brincadeiras", quase sempre feitas por crianças, com o produto. Em um deles, o desafio é aplicar o desodorante em uma área localizada da pele pelo máximo de tempo, causando queimaduras. Relatos de casos do tipo também já foram registrados em outros países, como a Inglaterra, o que motivou alerta de especialistas.

Para Rodrigo Nejm, diretor de prevenção e atendimento da SaferNet, ONG de direitos humanos na web, é fundamental não culpar a família. "Infelizmente, os pais ainda têm dificuldades em perceber a internet como uma praça pública com mais de 3 bilhões de pessoas. Uma criança de 7 anos certamente não tem maturidade para desfrutar da liberdade em uma praça pública como essa”, declarou ao jornal O Estado de São Paulo. 

Fonte: F5News