Chinês é condenado à morte por matar ex-mulher enquanto ela fazia live em rede social

Chinês é condenado à morte por matar ex-mulher enquanto ela fazia live em rede social
Lhamo foi assassinada pelo ex-marido na China Foto: Reprodução/Douyin

PEQUIM — Um homem foi condenado à morte pelo assassinato de sua ex-mulher na China. O crime ocorreu em setembro do ano passado, quando Tang Lu jogou gasolina e ateou fogo em Lhamo, de 30 anos, enquanto ela fazia uma transmissão ao vivo numa rede social.

A decisão foi confirmada nesta quinta-feira por um tribunal popular da prefeitura autônoma da minoria étnica tibetana de Aba e Qiang, na província de Sichuan. Tang Lu foi condenado por homicídio doloso praticado de forma "extremamente cruel", segundo o júri.

Nas redes, rotina da vida no campo

Lhamo era bastante popular na região de Sichuan e tinha centenas de milhares de seguidores no aplicativo Douyin, a versão chinesa do TikTok. Ela costumava compartilhar cenas do seu dia a dia no campo, colhendo ervas, caminhando pelas montanhas, cozinhando e trabalhando em sua casa, onde morava com o marido e dois filhos.

Os vídeos não mostravam, porém, que a mulher vivia um relacionamento violento e abusivo. O casal se separou cerca de três meses antes do assassinato. Ela precisou se divorciar duas vezes. Na primeira separação, o companheiro a obrigou a aceitar um segundo casamento após tentar assassinar os filhos do casal.

Lhamo foi atacada durante um vídeo ao vivo na cozinha da casa de seu pai. Centenas de pessoas a ouviram gritar antes de a transmissão ser interrompida. A irmã da mulher, Dolma, foi quem a encontrou ferida na casa e a levou para uma unidade de saúde, onde foi constatado que a vítima tinha queimaduras em 90% do corpo. Ela chegou a passar cerca de duas semanas internada, mas não resistiu aos ferimentos.

O caso gerou comoção em todo o país e debates sobre a violência contra mulheres na China. Lhamo chegou a procurar a polícia para se proteger do marido, mas suas queixas não tiveram resultado. Segundo a irmã, por duas vezes a mulher ouviu de policiais que a situação era um "assunto de família".

Fonte: O Globo e agências internacionais