Bolsonaro volta a cobrar Anvisa após conflito com Barra Torres
BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não apresentou um "antídoto" para possíveis efeitos colaterais das vacinas para crianças contra a Covid-19. Nos últimos dias, Bolsonaro e o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, entraram em conflito publicamente em torno da vacinação infantil.
Apesar da declaração de Bolsonaro, avaliações da Anvisa e de outras agências regulatórias pelo mundo apontam que os imunizantes são seguros e que os riscos são mínimos.
— A Anvisa não disse qual o antídoto para possíveis efeitos colaterais. Por que eu falo possíveis? Alguns já existem por aí. Você não comprovou, mas já existem — disse Bolsonaro, em entrevista ao canal Gazeta Brasil.
Na semana passada, Bolsonaro questionou "qual o interesse da Anvisa" para liberar a vacinação de crianças. Dois dias depois, Barra Torres cobrou que o presidente apresentasse provas de possíveis irregularidades ou se retratasse. Na segunda-feira, Bolsonaro disse que não acusou ninguém de corrupto e afirmou que não havia motivo para o tom agressivo do presidente da agência.
Também nesta quarta, Bolsonaro disse que "cobrou" do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a divulgação do número de reações adversas causadas pela vacina. Isso já é feito, no entanto, pela Anvisa.
— Eu cobrei ontem do ministro Queiroga, da Saúde, a divulgação das pessoas com efeito colateral. Quantas pessoas estão tendo reação adversa no Brasil pós-vacina.
O presidente ainda disse que as mais de 300 mortes de crianças de 5 a 11 anos por Covid-19 não justificam a vacinação:
— Trezentas e poucas crianças (mortas), lamento cada morte, ainda mais de criança, a gente sente muito mais, mas não justifica a vacinação pelos efeitos colaterais adversos.
Fonte: Daniel Gullino/O Globo