Análise: São Paulo é cirúrgico no ataque e mostra casca de quem quer ser campeão

Análise: São Paulo é cirúrgico no ataque e mostra casca de quem quer ser campeão
Luciano, do São Paulo, recebe marcação de três jogadores do Flamengo — Foto: André Durão

O São Paulo pode não ter feito o seu melhor jogo na temporada diante do Flamengo, na última quarta-feira, pelas quartas de final da Copa do Brasil. Longe disso. Mas mostrou algo importante na briga por títulos: uma casca para passar por adversidades.

As duras eliminações para Mirassol, no Paulistão, e Lanús, na Copa Sul-Americana, podem ter servido de lição para um time que sofreu com as oscilações em 2020 e teve pelo menos três grandes mudanças nas escalações, além de não ter passado da fase de grupos na Libertadores.

Diante do Flamengo, o São Paulo se viu acuado em diversas ocasiões. No primeiro tempo, a equipe sofreu com a pressão na saída de bola do adversário e cometeu erros de passe que o desfecho quase foi o gol.

Mas mesmo assim o time não se abalou e seguiu com o seu planejamento de jogo. Nos erros, inclusive, foi possível ver os jogadores cobrando um ao outro, algo que deixou de ser comum no Tricolor nos últimos tempos.

O São Paulo se segurou na etapa inicial com uma boa atuação de Tiago Volpi. Para o segundo tempo, era preciso mudar algo, e foi neste momento que a casca dos jogadores apareceu.

Depois de levar sufoco quase que por 45 minutos e não finalizar a gol nenhuma vez, o São Paulo voltou diferente na etapa final e foi cirúrgico no ataque. Com apenas um minuto, Brenner recebeu um ótimo passe de Gabriel Sara e fez o gol na saída de Diego Alves.

Mas um antigo problema surgiu logo em seguida: o de sofrer gols imediatamente após marcar. Gabigol recebeu dentro da área e venceu Volpi com um chute colocado.

O São Paulo, então, poderia se desestabilizar e colocar tudo por água abaixo. Mas os jogadores mantiveram a calma e não se desesperaram com o fim da vantagem. O Flamengo depois disso foi bem marcado e não criou grandes oportunidades.

A entrega tática da equipe comandada por Fernando Diniz foi premiada aos 42 minutos do segundo tempo. O empate já era um bom resultado diante das circunstâncias de jogar fora de casa, mas o São Paulo queria mais e seguiu pressionando o Flamengo no campo de ataque.

Em uma dessas marcações alta, Hugo, goleiro do time carioca que entrou no lugar do machucado Diego Alves, foi tentar sair jogando e Brenner conseguiu o desarme para fazer o gol da vitória.

Um gol de alívio para um São Paulo que vive rodeado de pressão. Um gol que mostra que o São Paulo pode brigar pelo título da Copa do Brasil e que, mais uma vez, derrotou o Flamengo dentro do Maracanã - já tinha sido assim em goleada por 4 a 1, pelo Brasileirão.

No entanto, quando se trata do São Paulo, todo cuidado é pouco, e Fernando Diniz parece já ter entendido isso. No fim da partida, Luciano foi comemorar a vitória com mais entusiasmo, e o treinador precisou contê-lo:

– Não comemora, ainda não acabou – disse o treinador, de acordo com relatos da transmissão da Globo.

O jogo da volta (e decisivo) acontecerá na próxima quarta-feira, às 21h30, no Morumbi. O Tricolor joga pelo empate para avançar à semifinal. Se perder por um gol, pênaltis. Por dois, eliminado.

Será mais uma prova de fogo para o São Paulo provar que a casca criada será capaz de entrar de vez como candidato ao troféu que o clube jamais conquistou.

Fonte: Globoesporte.com