Advogado flagrado agredindo mulher em elevador já tinha registro da OAB suspenso, na Paraíba

Advogado flagrado agredindo mulher em elevador já tinha registro da OAB suspenso, na Paraíba
Agressão contra mulher em elevador é flagrada por câmera de segurança de condomínio em João Pessoa. — Foto: Reprodução/TV Cabo Branco

O advogado José César Cavalcanti Neto, flagrado por câmeras de segurança de um condomínio agredindo uma mulher dentro do elevador, no bairro do Bessa, em João Pessoa, já estava com o registro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) suspenso e agora virou alvo de um novo procedimento na entidade. O nome do suspeito foi divulgado pela secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, Lídia Moura, nesta quinta-feira (5), em entrevista à TV Cabo Branco.

O crime aconteceu na última quinta-feira (28) e o caso está sendo investigado pela Polícia Civil. De acordo com a delegada Cláudia Germana, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) Norte, o próprio condomínio denunciou a agressão e apresentou as imagens na terça-feira (3).

“A vítima não procurou a delegacia e estamos fazendo uma busca ativa e tentando vários contatos para identificá-la. De prontidão já avisamos que ela tem à disposição uma rede de serviços como a Casa Abrigo, o programa da Patrulha Maria da Penha, Centros de Referência e, dependendo da autonomia dela, pode ser encaixada para receber o apoio. O advogado, infelizmente, que cometeu o crime, é José César Cavalcanti Neto, e nós queremos destacar que a OAB agiu rapidamente e já suspendeu seu registro e ele vai responder perante a ordem por esse crime cometido. Ele conhece das leis e sabe que para exercer a advocacia precisa ter uma conduta proba”, disse a secretária.

O g1 tentou entrar em contato com o advogado citado pela secretária, mas as ligações não foram atendidas.

O presidente da OAB seccional Paraíba (OAB-PB), Harrison Targino, divulgou que foi acionado pela Rede Sororidade da OAB-PB sobre os fatos, e determinou imediatamente a abertura de procedimento no Tribunal de Ética e Disciplina.

Ainda de acordo com a nota da OAB, o advogado já estava com o registro suspenso “em face de condutas consideradas incompatíveis com o desempenho ético na profissão, e que o novo processo pode acarretar na exclusão de José César dos quadros da advocacia. A nota não diz desde quando a OAB dele está suspensa nem quais foram as condutas que levaram à suspensão.

Síndico denunciou o crime

O síndico do condomínio foi ouvido na quarta-feira (4) e em depoimento informou que o casal não está mais no local, pois não eram moradores. Segundo ele, o homem e a mulher são de Brasília e estavam alugando o apartamento por alguns dias.

A câmera de segurança registra o momento que o suspeito tenta impedir uma mulher de entrar no elevador. Quando a vítima consegue, ele a retira do local puxando pelos cabelos.

Logo depois é possível ver quando ela entra no elevador sozinha e aparenta ter pressa para as portas fecharem.

Segundo a delegada Cláudia Germana, o suspeito já foi identificado e será intimado. Ele é advogado, mas não teve o nome divulgado.

A polícia ainda não sabe a identidade da vítima ou a relação que ela possuía com o agressor.

Nas imagens entregues à polícia também é possível ver outra moradora do prédio, que foi a responsável por provocar o condomínio a realizar a denúncia.

A delegada Cláudia Germana informou que a mulher está viajando e vai prestar esclarecimento quando voltar.

De acordo com a Polícia Civil, as informações da investigação correm em sigilo.

Como denunciar

Denúncias de estupros, tentativas de feminicídios, feminicídios e outros tipos de violência contra a mulher podem ser feitas por meio de três telefones:

  • 197 (Disque Denúncia da Polícia Civil)
  • 180 (Central de Atendimento à Mulher)
  • 190 (Disque Denúncia da Polícia Militar - em casos de emergência)

Além disso, na Paraíba o aplicativo SOS Mulher PB está disponível para celulares com sistemas operacionais Android e iOS e tem diversos recursos, como a denúncia via telefone pelo 180, por formulário e e-mail.

As informações são enviadas diretamente para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, que fica encarregado de providenciar as investigações.

Fonte:  G1 PB